O MEDO QUE SE (RE)ATUALIZA: CONSIDERAÇÕES WINNICOTTIANAS SOBRE O MEDO DO COLAPSO

Celestina Maria Gomes da Silva, Bruno Quintino de Oliveira

Resumo


A proposta deste estudo, fundamentado na teoria do desenvolvimento emocional de Donald Woods Winnicott, é compreender uma possível relação entre as crises de pânico com a inibição dos impulsos agressivos cometidos pelo bebê ao seu cuidador primordial. Situamos essa discussão principalmente no que tange às questões entre o uso e o relacionamento objetal do indivíduo frente ao seu meio. Para que ocorra essa importante passagem faz-se necessário a destruição do objeto por parte do bebê, sendo crucial, nesse momento, a sobrevivência dele. Apostamos que a constante inibição e retaliação da inerente agressividade da criança, por parte do cuidador primordial, num período tão importante como é o da dependência relativa, traria danosas consequências psíquicas que se revelariam a partir de intensas ansiedades, conceituado por Winnicott como o medo do colapso, uma forma muito primitiva de confrontar o ambiente que circunda esta pessoa. Ele também enfatizou que a agressividade com o uso do objeto não é algo negativo em si, mas uma forma da criança lidar com seus sentimentos de maneira saudável. Por fim, por meio de uma revisão de literatura, reiteramos a necessária função do analista para esses casos em que o medo paralisa qualquer associatividade e espontaneidade. O analista, metaforizado pela lógica de um ambiente suficientemente bom, espaço seguro para acolher as agruras do viver, possibilitaria a esse indivíduo um (re)encontro com o primitivo traumático. 

 

Palavra-Chave: Ansiedade e pânico. Agressividade. Medo do colapso. Winnicott.


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