“EU VI A CARA DA MORTE, E ELA ESTAVA VIVA!” A SUBJETIVIDADE ENVOLVIDA NA ESCOLHA DE PROFISSIONAIS QUE ATUAM COM OS CUIDADOS PALIATIVOS

Ester Amorim de Souza, Marília Barroso de Paula, Hila Martins Campos Faria

Resumo


O trabalho dos profissionais da saúde frente à morte é extremamente desafiador e complexo. Esses profissionais lidam diariamente com pacientes em estado terminal e sua família, tendo como responsabilidade fornecer cuidados paliativos e conforto nesses momentos difíceis. Além de lidar com a dor e o sofrimento dos pacientes, os profissionais da saúde também precisam lidar com as próprias emoções diante da morte. Sendo assim, esta pesquisa tem como principal objetivo compreender as motivações internas, pessoais e subjetivas envolvidas na escolha dos profissionais de saúde em trabalhar com a terminalidade. De forma específica, abordaremos as mudanças históricas na compreensão social da morte, bem como exploraremos as questões emocionais e desafios enfrentados pelos profissionais da área de cuidados paliativos. Como recurso para entendimento dessas motivações internas, recorreremos à teoria freudiana, especificamente aos escritos sobre trauma e como ele, por meio de marcações no inconsciente, pode levar o indivíduo a ressignificar tal experiência. O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa de campo de metodologia qualitativa, a qual busca compreender fenômenos sociais e culturais a partir da perspetiva dos sujeitos envolvidos. A coleta dos dados foi realizada por meio de entrevistas com profissionais de saúde e a análise dos dados foi pautada na análise de conteúdo. Concluímos, com base nos relatos apresentados, que os entrevistados vivenciaram um contato direto com a experiência de morte em suas vidas pessoais, e tais vivências traumáticas, a princípio, os impulsionaram a uma possibilidade de ressignificação dessa experiência, a partir de um trabalho direto com a morte. 

 

Palavras-chave: Cuidados Paliativos. Morte. Motivação interna. Profissionais de saúde.


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