RECOVERY COMO ESTRATÉGIA POTENCIALIZADORA DA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL BRASILEIRA

Larissa Braz, Andreia Felippe

Resumo


A Recovery se originou no campo das doenças e deficiências físicas e do movimento de defesa de seus direitos, surgindo nos debates dos usuários de saúde mental nos países anglo-saxônicos na década de 1970 e se estabelecendo em 1980 ao sugerir outras jornadas possíveis para o sofrimento psíquico. A Recovery, enquanto modelo conceitual, possui uma dimensão crítica dos modelos usuais de saúde mental e ultrapassa as noções de cura e remissão de sintomas como objetivos para superação do sofrimento psíquico, convocando para práticas de cuidado que valorizam o protagonismo dos usuários. Partindo dessa hipótese e de que a Recovery pode ser uma alternativa para a manutenção da reabilitação psicossocial posposta na saúde mental brasileira, este artigo buscou apresentar e analisar as narrativas e experiências de Recovery presentes no campo de saúde mental brasileira a partir de uma revisão narrativa visando um exercício crítico-reflexivo. A coleta do material foi realizada de forma não-sistemática considerando as bases de dados Pepsic e Scielo, as quais possibilitaram a pesquisa de estudos científicos sobre a temática. Devido a multiplicidade de sentidos que esse conceito carrega foi necessário filtrar a literatura encontrada como forma de direcionamento ao modelo conceitual central de Recovery e suas práticas em curso no Brasil. Pela tradição brasileira em reabilitação psicossocial e as influências dos valores, culturas e práticas do contexto Pós-Reforma Psiquiátrica, foi possível identificar o cenário de saúde mental brasileiro como potencial para promoção de oportunidades e processos de Recovery das pessoas em sofrimento psíquico.

 

Palavras-chave: Saúde mental. Recovery. Atenção psicossocial.


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