PSICANÁLISE, O QUEER E A TRANSGRESSÃO DO AMAR, DO DESEJAR E DO SER
Resumo
Compreende-se que a psicanálise, desde seus primórdios, foi precursora e subversiva ao afastar a sexualidade do terreno moral e reproducionista. Entretanto, devido às transformações médicas, jurídicas, biotecnológicas, culturais e familiares que revolucionaram esse campo, torna-se imperativa uma revisão das balizas teóricas da sexualidade no viés psicanalítico. O presente artigo tece, portanto, uma análise dialógica e crítica entre o campo psicanalítico e os estudos de gênero, visando a reatualização ética e política dos discursos e práticas que permitem uma abordagem psicanalítica cisheteronormativa junto à população LGBTQIAP+. Trata-se de uma revisão narrativa com levantamento bibliográfico recente das produções queer, feministas e psicanalíticas que possuem expressiva pertinência na compreensão da fabricação de corporalidades e sexualidades generificadas, heterocentradas, lineares e culturalmente inteligíveis. Nas considerações finais, destaca-se a necessidade de revisar os complexos de Édipo e castração e da diferença sexual anatômica como âncoras da subjetividade e sexualidade humana, visto que tais conceitualidades e cartografias possibilitam uma divisão binária, assimétrica e hierárquica dos gêneros. Por fim, aposta-se na multiplicidade como horizonte para uma psicanálise menos normativa.
Palavras-chave: Cisheteronormatividade. Gênero. Psicanálise. Queer. Sexualidade.
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https://doi.org/10.5281/zenodo.13693512
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