O SELF PRIMÁRIO E SUAS REPERCUSSÕES NA PSICOTERAPIA INFANTIL: CONTRIBUIÇÕES DE FORDHAM À PSICOLOGIA ANALÍTICA

Ana Monteiro, Paulo Bonfatti

Resumo


Para Carl Gustav Jung, a psique de crianças pequenas permaneceu, em grande medida, como uma extensão do universo inconsciente dos pais. Apenas quando sua teoria se mostrou suficientemente madura e abrangente para compreender os fenômenos advindos de uma análise de pacientes adultos é que Jung se voltou para a infância. Não que essa lhe parecesse menos importante, mesmo porque a sua própria lhe concedeu as questões para as quais buscou as respostas durante toda sua vida. No entanto, faltava integrar a teoria dos arquétipos à psique infantil, sendo, para tanto, necessário repensar o conceito de self. Jung não chegou a concluir essa tarefa, e foi justamente essa ampliação da teoria que o analista junguiano, Michael Fordham, empreendeu. Ele formulou um modelo de apreensão do mundo pela psique que inclui um self primário, ou seja, conteúdos inconscientes da criança que a tornariam diferenciada dos pais desde a sua concepção. Desse modo, as seções seguintes deste artigo buscam reconstruir, através de uma revisão narrativa exploratória, a racionalidade por detrás desse modelo. Por fim, são trazidas as repercussões práticas do trabalho de Fordham aplicadas em sua própria clínica com crianças, tendo-se como principal referencial teórico a obra do mesmo autor, A criança como indivíduo (2006).

 

Palavras-chave: Clínica infantil. Psicologia analítica. Fordham. Arquétipos. Self primário.


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Referências


https://doi.org/10.5281/zenodo.13684659


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