DA CAPTURA DOS SABERES ANCESTRAIS ÀS POSSÍVEIS FISSURAS NO CONTROLE DOS CORPOS: VIVÊNCIAS PSICOSSOCIAIS DO CICLO MENSTRUAL
Resumo
O presente artigo objetivou investigar como os silenciamentos produzidos na ciência positivista acerca dos corpos que menstruam atravessam a Psicologia e quais horizontes podem ser visualizados. A partir de um estudo qualitativo de caráter exploratório e da realização de uma revisão narrativa, a escrita se amplia a quatro seções: a primeira tecendo reflexões sobre a construção de subjetividades de corpos menstruantes sob a lógica capitalista; a segunda, a partir da contextualização histórica, questionando a partir de quais ideologias a medicina interpreta o biológico; a terceira recuperando a memória das bruxas e do que existia antes ou às margens da hegemonia da visão biomédica; e a quarta ensaiando, pelos caminhos da Psicologia Comunitária e do Feminismo Comunitário, outros passos possíveis. Reconhece-se que as patologias físicas e psíquicas das pessoas que menstruam foram historicamente centralizadas e naturalizadas em seus corpos reprodutivos. Na América Latina este processo fora fundado pela colonização, em uma tentativa de apagamento dos saberes ancestrais dos povos originários em detrimento dos saberes europeus e médicos. De encontro a isto, o Feminismo Comunitário, aliado à Psicologia Comunitária, poderá tecer propostas que facilitem a devolução dos processos naturais do ciclo menstrual ao corpo, compreendendo sua dimensão territorial, espiritual e psicossocial, e desnaturalizando posições sociais historicamente ocupadas pelas mulheres e pessoas latino-americanas que menstruam.
Palavras-chave: Ciclo menstrual. Psicologia Comunitária. Feminismo Comunitário.
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https://doi.org/10.5281/zenodo.13684219
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