ASPECTOS PSICOLÓGICOS DA VERGONHA: POSSÍVEIS REFLEXÕES À LUZ DA PSICOLOGIA ANALÍTICA

Ana Oliveira, Paulo Bonfatti

Resumo


Considerando a vergonha um afeto doloroso e tratado, em nossa sociedade, como negativo e até mesmo pecaminoso, é possível inferir que a vergonha tende a ser reprimida pelo sujeito ao invés de sentida. O artigo buscou compreender como ocorre o processo de internalização da vergonha na infância a partir da identificação com as figuras arquetípicas parentais. Havendo um esforço para entendê-la como um afeto estruturante, ao analisar, além da causalidade de “visita” desse afeto, qual a sua finalidade como estruturante da personalidade, pode-se compreender que a vergonha, como outras emoções, aponta para possíveis transformações da nossa existência. Não teria a vergonha uma função na personalidade? Se sim, por que então esse potencial se torna sombrio e projetado? A repressão dessa emoção, quando ocorre a favor de um enquadramento social, ocasionaria o desencadeamento de sintomas neuróticos e adoecimento mais grave. Além disso, nota-se uma escassez de estudos sobre o fenômeno da vergonha no campo da psicologia analítica, fator que elucida uma oportunidade de promover um olhar mais atento aos aspectos psicológicos desse universo afetivo.  A pesquisa teve o viés norteador da psicologia junguiana como aporte teórico e metodológico. A revisão narrativa foi realizada através de análise qualitativa.  

 

Palavras-chave: Vergonha. Afeto. Jung. Psicologia Analítica.


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