O ENTE EM TRÂNSITO: O SER ENTRE O EU E A CATEGORIA
Resumo
A partir das investigações ontológicas empreendidas pela figura de Sócrates na obra platônica, ou seja, o método socrático de inquirir a realidade, fundamentou-se uma forma de fazer ciência na era clássica grega. Sua dialética era composta por dois elementos basilares, a saber, a refutação e a maiêutica, o que aponta uma contraposição epistemológica à concepção da essência do ente humano contida nas classificações positivistas da ciência moderna, representada pelos manuais diagnósticos internacionais de referência. O presente artigo objetiva examinar, por meio de uma pesquisa bibliográfica de caráter narrativo, a diferença entre a consciência de si do sujeito transgênero em contraste ao escopo teórico categorizador que os manuais diagnósticos versam sobre estes entes. Assim, pretendemos, por meio deste estudo, contribuir para a desconstrução de estereótipos patologizadores acerca da variabilidade de gênero, cooperando para a conscientização e prática dos profissionais de saúde. Quanto à população em geral, aspiramos colaborar para a quebra de paradigmas e mitos que tangem o constructo gênero. Sobre o sujeito transgênero, por ter o seu existir situado para além das possibilidades normativas predominantes, persistiu no senso comum a visão de que a responsabilidade das intervenções danosas e a não compreensão social ante o seu viver se devessem a algum atributo ou categoria patológica inerente a eles. Contudo, não se trata de um fator inato, mas sim de um conjunto de fatores sócio-políticos que submetem suas vivências e os destinam a habitar à margem social.
Palavras-chave: Identidade de Gênero. Pessoas Transgêneras. Psicologia. Filosofia.
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https://doi.org/10.5281/zenodo.13742967
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