“MEU PRAZER AGORA É RISCO DE VIDA”: DESEJO DE EXISTIR E OUTRAS SUBJETIVIDADES DOS QUE VIVEM COM HIV/AIDS NO BRASIL

Arlete Paula, Daniela Mota

Resumo


O objetivo deste artigo é refletir sobre as subjetividades possíveis e invisíveis construídas pelas gerações que nasceram e vivem com HIV/Aids no Brasil. Para isso, é apresentado como o vírus foi descoberto e diagnosticado na década de 1980 e como a doença foi encarada como um castigo divino e como uma sentença de morte que recaiu, inicialmente, sobre os homossexuais, classificados epidemiologicamente como o grupo de risco. A partir desse entendimento, discute-se como esse grupo foi alvo de preconceito e exclusão social. Ainda que as mudanças ocorridas nas décadas seguintes tenham feito com que esses sujeitos tivessem seus direitos políticos e de cidadania respeitados, ao pesquisar as vivências dos jovens de hoje que vivem com HIV/Aids no Brasil, evidenciou-se que preconceito e o peso moral da doença ainda persistem. Assim, mesmo com as mudanças na forma de pensar e seguir com a própria vida, já que o diagnóstico não é mais uma sentença de morte, o enfrentamento da doença ainda repercute em toda a existência social desses sujeitos impactando a construção de suas subjetividades. No entanto, o texto defende que um acolhimento que leve em conta as subjetividades permite que os jovens possam expressar seus desejos de vida como qualquer cidadão que vive num estado democrático de direitos e deveres. Nesse sentido, acredita-se que outras formas de se lidar com essas questões são possíveis através do pertencimento a uma comunidade que acolhe as diferentes subjetividades.

 

Palavras-chave: Subjetividades. HIV/Aids. Sexualidade. Psicologia.

 


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.