FUNÇÃO DO ANALISTA NA DEPRESSÃO PÓS-PARTO: UM LUGAR POSSÍVEL PARA A MÃE E PARA O BEBÊ

Ana Luiza Heideneich Silva Freire, Anna Costa Pinto Ribeiro

Resumo


A constituição psíquica perpassa por caminhos que vão além de um mero cuidador que responde às necessidades orgânicas do bebê, seja satisfazendo-o ou frustrando-o. Contudo, envolve que esse cuidador insira o bebê em uma rede com um saber imaginário e simbólico, para que possa haver a inscrição dos significantes do discurso do Outro no corpo do infans. Por essa via, o desamparo do bebê também está além da sujeição orgânica, tange um desamparo diante de saber o que lhe convém, que enunciará sua constituição, ou seja, dispõe uma dependência do simbólico, que é exclusivamente transmitido por meio do enlaçamento com o Outro. No que se refere à depressão pós-parto, nesta condição a mãe se encontra incapacitada de investir seu gozo no bebê, podendo, com isso, colocá-lo em um deserto simbólico, na ausência de significantes, oferecendo um grande risco ao bebê, com sérias consequências para a sua constituição psíquica. A fim de preservar o psiquismo do bebê, e a saúde mental da mãe, o analista sustentará a função materna para ambos, invocando na mãe, a curiosidade, no bebê, o interesse pelo jogo pulsional, para que a partir desse movimento a mãe possa fazer laço. Portanto, a encarnação da função materna feita pela figura do analista assume uma postura para além dos cuidados com o bebê, e implica ampliar esses cuidados para a mãe que se encontra em uma posição de sofrimento. Com o intuito de desenvolver discussões e reflexões acerca desde campo de estudo, recorre-se aos referenciais epistemológicos da psicanálise.

 

Palavras-chave: Depressão pós-parto. Constituição psíquica. Laço mãe-bebê. Clínica psicanalítica. Clínica com bebês.


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Referências


https://doi.org/10.5281/zenodo.13760313


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