A CRIANÇA E A PERDA REAL: O PAPEL DAS FANTASIAS NA ELABORAÇÃO DO LUTO DA SEGUNDA INFÂNCIA

Vanessa Gomes da Silva, Anna Costa Pinto Ribeiro

Resumo


Discorrer sobre a morte é abordar acerca de um assunto que exige uma maior sensibilidade, em vários contextos culturais, devido à sua alta complexidade. Por se tratar de um tema que desperta incômodo e inquietação, a sociedade tende a reprimir os conflitos e os sentimentos advindos do simples fato de falar sobre a morte, ainda mais sobre suas consequências. Ademais, falar sobre a morte para crianças, torna o assunto ainda mais incômodo, pois muitas vezes acredita-se que entrar nesse assunto com as crianças é ruim ou pode causar algum tipo de trauma na mesma. Entretanto, ao não falar com a criança, priva-se a mesma de se expressar, fadando-a à solidão, e, como consequência disso, acaba limitando o seu processo de elaboração do luto. Portanto, o presente artigo, através de uma revisão narrativa da literatura, de caráter exploratório, tem como objetivo dissertar sobre como a criança de segunda infância, de 3 a 6 anos, vivencia a perda real de alguém próximo, a forma com que a elaboração do luto é feita nesse período da vida humana e como o lúdico afeta nessa elaboração. A criança, na incapacidade de conseguir se expressar sobre os seus diversos sentimentos e conflitos, o faz através do brincar. Conclui-se, então, que as brincadeiras, desde a primeira infância, têm como objetivo amenizar e/ou elaborar angústias, principalmente a angústia de separação. O lúdico, portanto, além de fornecer uma compreensão da vida interna e externa, auxilia na individualização da criança e em seu processo de elaboração do luto. 

 

Palavras-chave: Criança. Luto. Lúdico. Brincar. Psicanálise.


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