O CONCEITO DE INDÚSTRIA CULTURAL NO PROCESSO EDUCACIONAL EMANCIPATÓRIO EM ADORNO

Regina Lúcia Praxedes de MEIRELLES, Raquel Matias MAIA

Resumo


Theodor W. Adorno (1903-1969), pensador alemão de origem judaica, na obra em parceria com Horkheimer, Teoria Crítica, faz uma análise da sociedade a partir da revolução industrial marcada por uma realidade capitalista e industrializada, em que tudo é tratado como produto, incluindo os seres humanos. Sob o caráter deformativo do conceito de ideologia, apoiado nas ideias marxistas, observa que em uma sociedade tecnificada, nada é mais inapropriado que a perseverança em uma reflexão crítica afirmando que a massificação e o consumo da produção cultural não são fontes da concretização de uma sociedade mais justa e democrática. Dessa forma, a cultura dominante mercantilizada confunde, sutilmente, seus consumidores ao apresentar como válidas ideologias falaciosas que atentam contra a autêntica formação dos indivíduos. A Educação, que teria como objetivo principal a formação de cidadãos críticos e politicamente referenciados, contribuindo para o processo de autorreflexão da formação, adota e pratica esses valores, colaborando diretamente para a permanência do estado de menoridade social e a não-constituição de um espírito emancipado, no que Adorno chama de semiformação. De fato, a produção industrial que se submete quase que por completo ao seu caráter de valor afasta-se de si própria, ou seja, termina por negar toda a possibilidade de felicidade ao dissimular um verdadeiro estado de liberdade.  Diante deste quadro, este artigo tem por objetivo principal possibilitar uma reflexão crítica sobre o fenômeno educacional a partir das análises propostas pro Adorno, e sua relação com o conceito de semiformação, a manutenção do status quo e a deformação cultural.

 

Palavras-chave: Adorno. Indústria cultural. Semiformação. Educação. Emancipação.


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Referências


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