O CONTRAPONTO DE MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS À EPISTEMOLOGIA CARTESIANA

Roger Silva AGUIAR, Maycon Zeni GONÇALVES

Resumo


O presente artigo faz um contraponto entre a epistemologia de René Descartes e a do filósofo brasileiro Mário Ferreira dos Santos. Trata-se de investigar se o homem pode conhecer a realidade e, caso seja possível, como isso acontece. Para Descartes, todos os homens têm igualmente capacidade para conhecer. Contudo, há diferentes posições diante de um mesmo objeto observado. Isso se dá porque cada um conduz seu pensamento por um caminho diferente, não contemplando as mesmas coisas. Para resolver isso, sugere a aplicação de um método rigoroso, dotado de regras. O filósofo francês chega a uma única realidade indubitável: penso, logo sou; o cogito. Assim, despreza todo o conhecimento advindo da realidade física extra-mental. Por outro lado, Mário Ferreira admite a veracidade do mundo e a possibilidade de correspondência entre o mundo e a razão, mesmo que não totalmente. Estabelece, então, o conhecimento numa evidência objetiva e livre de qualquer preconceito ou condição psicológica. Admite o uso dos sentidos na aquisição do conhecimento, numa colaboração mútua com o intelecto. O contraponto a Descartes se dá justamente no concernente ao critério. Para Mário, deve haver uma adequação entre o intelecto e a coisa, gerando uma certeza objetivo-subjetiva. Isso não desmerece a ideia cartesiana, mas a revela como insuficiente para a obtenção segura do conhecimento. Não descartar totalmente o pensamento do outro condiz com o método filosófico de Mário Ferreira, que busca concrecionar os aspectos positivos de verdade das diversas doutrinas filosóficas numa única: tal é a tarefa da Filosofia Concreta.

Palavras-chave: Epistemologia. Método. Evidência objetivo-subjetiva. Filosofia Concreta.


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