A EXISTÊNCIA DE DEUS COMO GARANTIA DA VERACIDADE CIENTÍFICA NAS MEDITAÇÕES METAFÍSICAS DE RENÉ DESCARTES

Allisson Cândido Modesto da SILVA, Rômulo Gomes de OLIVEIRA

Resumo


Este artigo aborda o problema do fundamento da ciência em René Descartes. A pergunta que se quer responder é a seguinte: em que medida Deus é o fundamento da ciência em René Descartes? O desenvolvimento do pensamento cartesiano é uma resposta ao ceticismo, que colocava em dúvida todas as formas de conhecimento. Assim, o filósofo francês faz de sua filosofia a busca por fundamentos sólidos que garantam a veracidade do conhecimento, em especial o científico. Com isso, o filósofo estabelece um método simples e válido, para o conduzir à verdade. Depois disso, faz uso da dúvida no desenvolvimento da filosofia, como efetivação do método, suspendendo o juízo de tudo: dos sentidos e, até mesmo da matemática, através do argumento do gênio maligno. No entanto, a dúvida leva a uma certeza: o cogito. Ao intuí-lo, o filósofo entra num solipsismo, que o faz analisar as ideias presentes no pensamento, em especial as inatas. Analisando a ideia inata de Deus, percebe que este, Deus, é perfeito e esta ideia não poderia ser criação do cogito, pois o efeito é inferior à causa. Dessa forma, conclui que Deus existe e, por ser perfeito, é bom. Sendo bom, não pode enganá-lo. Assim, a matemática possui o lugar da evidência, e, com a existência de Deus, Descartes garante a sua validade. Além disso, Deus constitui-se fundamento ontológico do cogito, pois o precede, enquanto causa e garante a certeza do método, pois este consegue alcançar a verdade. Portanto, a nova ciência possui um fundamento firme.

 

Palavras-chave: Deus. Cogito. Dúvida. Método. Ciência.


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


 

LATINDEX

WORLDCAT

BIBLIOTECA CTSA - ESPAÑA