ELE BEBIA UM GOLINHO DE VELHICE: A TRANSCULTURAÇÃO NARRATIVA EM CAMPO GERAL, DE GUIMARÃES ROSA

VERA LUCIA MUNIZ EVANGELISTA .

Resumo


Resumo:Esta dissertação tem por escopo propor uma leitura da representação da cultura na novela Campo geral, de Guimarães Rosa, voltada, particularmente, à compreensão de suas dimensões memorialística e transcultural. Dentro dessa perspectiva, pretende-se, a partir da análise do entrelaçamento das reminiscências dos membros da família do protagonista, Miguilim, mostrar a importância da oralidade enquanto instrumento de transmissão das tradições culturais do sertanejo. Na medida em que os meios orais de comunicação possuem, como matéria-prima, a própria memória, buscaremos pensar suas diversas formas de manifestação à luz das teorias de Henri Bergson, Ecléia Bosi e Maurice Halbwachs. Para além da dimensão memorialística, este trabalho também investiga o caráter transcultural de Campo geral, tendo em vista que sua narrativa é tecida por meio da confluência entre o erudito e o popular, o universal e o particular, o individual e o coletivo. Como o intelectual uruguaio Ángel Rama nos ensina, o contexto político-cultural latino-americano é fortemente marcado por um gradual processo de assimilação e subversão da própria cultura do colonizador. Nesse sentido, intenta-se mostrar como, em Campo geral, tais processos se desenvolvem nos níveis da linguagem, da estruturação narrativa e da cosmovisão. Ao se articular os níveis memorialístico e transcultural da novela Campo geral, intenta-se, portanto, mostrar não só como a obra de Guimarães Rosa representa uma cultura, mas também como, ela própria, está inscrita em uma complexa rede cultural.Palavras-chave:Campo geral;Guimarães Rosa;Memória;Transculturação narrativa

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Referências


LEILA ROSE MARIE BATISTA DA SILVEIRA MACIEL Participante Externo

ALEX SANDRO MARTONI Orientador

EDMON NETO DE OLIVEIRA Docente

Data da Defesa: 24/06/2019


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