OS ANOS 40: A TESSITURA DA ESCRITA MEMORIALÍSTICA DE UMA PENÉLOPE JUIZ-FORANA

Resumo

Resumo:No presente trabalho de dissertação, inserido na linha de pesquisa Literatura Brasileira: tradição e ruptura, do Programa de Mestrado em Letras do Centro Universitário UniAcademia, buscamos apresentar à comunidade acadêmica e à crítica literária especializada uma análise da autobiografia intitulada Os anos 40: a ficção e o real de uma época, de autoria da escritora juiz-forana Rachel Jardim (1985). Destacamos que a obra Os anos 40 (1985) encerra um caráter de ruptura para com a tradição da escrita memorialística de Juiz de Fora, uma vez que Jardim (1985) passa a ocupar nas letras da cidade um espaço para a representação do feminino em um meio em que se firmaram autores como Murilo Mendes, Pedro Nava e Belmiro Braga. A escrita da autora permanece como elemento potencializador de reflexões a respeito do que fora a cidade em um tempo no qual predominava certa lógica sociocultural baseada nas aparências (o parecer) em contraponto à realidade (o ser). Exsurge disso a importância deste trabalho dissertativo, ao que se soma a tarefa de trazer ao centro das discussões acadêmicas a obra da escritora como mais uma contribuição para a fortuna crítica da mesma. Desenvolvemos, assim, um percurso de investigação e de análise das estratégias empregadas pela autora para a tessitura de um texto memorialista que se faz urdido – por meio de um tecer e de destecer, à maneira da mitológica Penélope – com os fios da memória e do esquecimento. O referido mister dissertativo fundamentou-se no âmbito da transdisciplinaridade entre a Literatura, a Filosofia, a Sociologia e outros campos do conhecimento. Para isso, baseamo-nos em estudos desenvolvidos por diversos teóricos, dentre os quais, elencamos, por exemplo, as reflexões de Ecléa Bosi (1983), Simone de Beauvoir (1970), Maurice Halbwachs (1990), Virginia Woolf (1928) e Lúcia Castello Branco (1994).Palavras-chave:Rachel Jardim;Autobiografia;Literatura Brasileira;Memória;Feminino