PROCESSOS TRANSCULTURAIS NO BILDUNGSROMAN CAZUZA, DE VIRIATO CORRÊA, EM DIÁLOGO COM CONTO DE ESCOLA, DE MACHADO DE ASSIS

JULIANA PINTO DE OLIVEIRA CAUSIN ALVES .

Resumo


Resumo:A partir do contexto histórico em que a obra Cazuza, de Viriato Corrêa, foi produzida e da reflexão sobre o memorialismo individual e coletivo que o romance do enredo detém, buscar-se-á percorrer sob o olhar crítico essa narrativa que constituirá o corpus de análise. Ao considerar o contexto histórico dos anos 30, no Brasil, será observada a trajetória estudantil do personagem Cazuza, menino de calças curtas que as troca por longas, símbolo do pequeno homem, numa espécie de ritual de passagem. O percurso que se inicia na zona rural passa pela instituição educacional da vila do Coroatá até alcançar o ensino da cidade grande, São Luís. Configura-se, desta forma, a obra que pode ser considerada bildungsroman brasileiro, uma vez que este tipo de romance reporta a certo grau de aperfeiçoamento decorrente das diversas fases da vida e aos valores procedentes do momento histórico nacional, estabelecidos para a formação do cidadão numa intercorrência de realidade e ficção. Considerando-se que o bildungsroman surgiu na Alemanha, atribuindo caráter nacional à literatura como um recurso de legitimação dos ideais da burguesia alemã, em Cazuza observa-se, além do processo da formação do protagonista, uma particularidade cujo norte é estabelecido pelos valores do Estado Novo no Brasil, o que vem a instituir especificidade historiográfica aos acontecimentos ficcionais. Para legitimar tal constatação, recorrer-se-á ao embasamento teórico de Wilma Patrícia Maas e Mikhail Bakhtin. No que diz respeito ao reconhecimento dos processos transculturais narrativos de Cazuza, buscar-se-á a contribuição do crítico uruguaio Ángel Rama, como recurso de análise que atenda às particularidades da literatura latino-americana. Entre os níveis dos processos transculturais narrativos realçados em Cazuza, serão privilegiados o da cosmovisão, resgatando as tradições maranhenses, e o da linguagem, como processo de inclusão dos diferentes registros na construção da obra romanesca de Corrêa. Com vistas à aproximação do tema, a escola das primeiras letras no Brasil, estabelecer-se-á o diálogo entre o romance Cazuza e Conto de Escola, da autoria de Machado de Assis, utilizando como aporte teórico as contribuições de Leyla Perrone Moisés e Arnaldo Niskier. Elencar-se-á a estes componentes de enfoque as relevantes considerações de Nilza Rezende, no que se refere à atuação do ensino tradicional cuja pedagogia, muitas vezes, induzia a traumas e deserções escolares.Palavras-chave:Bildungsroman;Escola;Transculturação Narrativa;Intertextualidade

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Referências


MARIA APARECIDA NOGUEIRA SCHMITT Orientadora

MARCO AURELIO DE SOUZA MENDES Participante Externo

VALERIA CRISTINA RIBEIRO PEREIRA Docente

Data da Defesa: 12/06/2018


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