Um processo de Orientação Profissional Clínica voltado para a adolescência.

Clara Espíndola NEVES, Gisele de Rezende FRANCO

Resumo


RESUMO:

Serviços de orientação profissional têm se tornado cada vez mais necessários devido às mudanças que vêm ocorrendo no cenário mundial. Diante disso, muitos jovens, geralmente estudantes do Ensino Médio, em busca de uma escolha profissional, precisam levar em consideração uma série de conhecimentos sobre as novas opções de trabalho, mercado e faculdades. Dessa forma, é importante que o estudante consiga refletir sobre seus valores, interesses, habilidades e crenças em relação ao seu futuro profissional. No entanto, pensar sobre esses aspectos pode ser algo muito difícil para alguns dos jovens, podendo ser necessário recorrer à prática da Orientação Profissional Clínica destinada a jovens em sua primeira escolha profissional. Dessa maneira, o presente relato de estágio tem como foco descrever a experiência vivencial durante o Estágio Básico III, que teve como objetivo o atendimento em Orientação Profissional de uma adolescente cursando o Ensino Médio. Foram realizados encontros presenciais por um período de três meses – de setembro a novembro de 2022, sendo os atendimentos conduzidos por alunos estagiários do 6° período do curso de Psicologia da UniAcademia. No tocante à oferta do serviço, tem-se que os atendimentos foram individuais, totalizando oito sessões, realizadas junto a uma orientanda de 18 anos, estudante do 3°ano do Ensino Médio, na Clínica de Psicologia do Centro Universitário Academia, além de supervisões semanais, totalizando 36 horas. As abordagens teórico-metodológicas que embasaram os atendimentos foram as da Psicodinâmica e Desenvolvimentista, com os autores Rodolfo Bohoslavsky, Dulce Helena Soares, Rosane Levenfus e Maiana Nunes. Buscou-se realizar atendimentos voltados à escolha profissional da adolescente, através do acolhimento, escuta e orientação diretiva. Durante as sessões foram realizadas atividades, dinâmicas, observações e discussões voltadas ao autoconhecimento, crenças em relação à autoeficácia para a escolha profissional, interesses profissionais, informações profissionais e tomada de decisão. A partir das atividades propostas foi possível perceber como a jovem orientanda vinha se sentindo pressionada e confusa para realizar buscas, fazer comparações entre suas competências e os perfis ocupacionais de seu interesse, o que revelou a importância de se escutar a jovem e usar de recursos que permitam a melhoria dos conhecimentos pessoais e do universo profissional de modo a minimizar inseguranças na tomada de decisão; além da necessidade de fomentar uma participação mais ativa da orientanda, oferecendo espaço para o surgimento de novos interesses e da curiosidade no processo. Em relação ao orientador, cabe destacar a importância de sua disponibilidade e prontidão para acompanhar a jovem em todas as etapas, visando alcançar resultados positivos. Conclui-se que através da compreensão psicodinâmica da jovem, dos processos clínicos envolvidos na escolha profissional e do desenvolvimento de estratégias de carreira/projeto de vida construídos junto à orientanda tenha sido possível desenvolver uma capacitação qualificada para auxiliá-la terapeuticamente em sua primeira escolha, e assim ajudá-la a encontrar um direcionamento para a vida profissional e acadêmica, de forma mais madura, segura e consciente.

Palavras-chave: Orientação Profissional. Adolescência. Escuta. Acolhimento. Escolhas.


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