Mulheres e o Cárcere: uma breve perspectiva sobre a resiliência e a subjetividade.

Mariana Fontes Friaça da COSTA, Andreia Monteiro FELIPPE

Resumo


RESUMO:

A proposta do Estágio Básico Supervisionado I, ofertado no quarto período da graduação de Psicologia do UniAcademia, é “Observação de audiências e análise de documentários com temas relacionados à psicologia jurídica”, com carga horária total de 54 horas, sendo 36 horas de aula/supervisão e 18 horas de prática. O estágio foi realizado no segundo semestre de 2021, de forma remota, devido ao período da pandemia. O objetivo do estágio é analisar a interface entre direito e psicologia, bem como os fatores psicológicos presentes no cenário jurídico e as possibilidades de atuação da psicologia em tais contextos. A partir da observação dos documentários: As mulheres e o cárcere (PASTORAL CARCERÁRIA NACIONAL, 2016) e Se eu não tivesse amor (CHAVES, 2013), escolheu-se, para o desenvolvimento do relatório final de estágio, o tema “Mulheres e o Cárcere: uma breve perspectiva sobre a resiliência e a subjetividade”. Lima et al. (2013), Bassani e Lucas (2017) e Klanovicz e Bugai (2019) trazem importantes reflexões sobre a saúde mental das mulheres em situação de reclusão. A população carcerária feminina brasileira denuncia problemáticas antigas e atuais: o papel da mulher na sociedade, a desvalorização da sua subjetividade e o impacto das relações amorosas em suas trajetórias. Klanovicz et al. (2019) abordam como a chamada “fraqueza biológica” é recorrente nas leituras da criminologia para a mulher, tida como louca, em um discurso ainda psicobiologizante. Lima et al. (2013) estudaram os mecanismos de enfrentamento de mulheres no cárcere, com ênfase na resiliência, constatando que as principais estratégias dentro do cotidiano prisional foram a fé, o amor aos filhos, o trabalho, a música e a espera pela liberdade. Observaram que as falas das mulheres nessa situação revelam a prisão enquanto processo de “mutilação do eu” e de ausência de autonomia. Depara-se com a realidade inegável de que a base da sociedade capitalista neoliberal é a operada na submissão e exclusão por meio da violência, conforme entendimento de Basaglia (1985), que traz contribuições significativas a respeito das operações das instituições da violência, como o sistema prisional. Pensar em estratégias mais humanas e com respeito às especificidades das mulheres em situação de reclusão é um possível fazer almejado pela Psicologia transversalmente com os Direitos Humanos, tanto no nível individual como coletivo e institucional. Só se pode caminhar para uma sociedade mais justa se for pensada a dimensão completa do ser humano e quais são seus direitos fundamentais. Sendo assim, segundo Cerneka (2009, p.76) “Vale a pena investir nestas mulheres porque são seres humanos e é assim que a sociedade democrática deve fazer”.

 

Palavras-chave: Resiliência. Sistema prisional. Mulher. Reclusão.

 


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