Plantas alimentícias não convencionais: resgatando a comida afetiva e contribuindo para uma alimentação rica em nutrientes

Resumo

Este artigo busca fazer um resgate da comida afetiva, contribuindo para uma
alimentação rica em nutrientes, utilizando as plantas alimentícias não convencionais como protagonistas dos preparos. A linha inicial de pesquisa foi fazer um levantamento das plantas alimentícias não convencionais mais consumidas e encontradas em Minas Gerais, especialmente na Zona da Mata e Vertentes. A partir desse levantamento, foi elaborado uma quiche de ora-pro-nóbis com queijo recebe como protagonista uma PANC, que apesar de nutricionalmente riquíssima, ainda é pouco utilizada ou até desconhecida dentro de uma cozinha profissional. A segunda elaboração foi o chuchu de vento recheado com shitake orgânico, selecionado após uma visita de campo ao sítio Matumbi. O chuchu de vento é um fruto muito conhecido e consumido pelos moradores do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, que apesar de contar com uma exuberância natural e cultural enormes, é uma das regiões min eiras com os mais baixos indicadores sociais. Os pratos elaborados tem a
finalidade de demonstrar e provocar, principalmente os estudantes de gastronomia em relação ao preparo de algo simples, que muitas vezes se faz alimento pela necessidade humana de se alimentar. Aliado a isso, a sofisticação na apresentação e preparo, possibilita ser equiparado a um prato de um restaurante gastronômico, a ser escolhido de forma consciente e livre. Buscou-se trazer biodiversidade para dentro das cozinhas profissionais, garantindo assim soberania alimentar e sustentabilidade. Com isso é possível fortalecer a agricultura familiar, responsável por colocar alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos na mesa de todos nós brasileiros.

Palavras-chave: PANC. Comida afetiva. Soberania alimentar. Ora-pro-nóbis.
Pereskia aculeata Miller. Chuchu de vento. Cyclanthera pedata. Gastronomia