Desenvolvendo virtudes e forças de caráter com idosas de uma ILPI

Larissa Pita Pacheco, Júlia Lopes Toledo, Denise Mendonça Melo

Resumo


O processo de envelhecimento e a heterogeneidade da velhice têm se constituído como um dos temas desafiadores à Psicologia. Nesse contexto, Seligman (2005), criador do conceito de Psicologia Positiva, relata que envelhecer como uma experiência positiva passa, assim, a ser uma finalidade almejada de programas e políticas direcionadas a grupos e indivíduos em idades mais avançadas, trabalhando conceitos de forças do caráter e virtudes. Conceitualmente, essas forças são características pessoais positivas, em termos de pensamentos, sentimentos e comportamentos, as quais possibilitam o desenvolvimento de virtudes (24 forças subdivididas em seis virtudes) (PETERSON; SELIGMAN, 2004). Embasando-se nesta perspectiva, foi efetuado um estágio em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), nomeada como Abrigo Santa Helena em Juiz de Fora – MG. Após uma análise inicial das demandas emergentes, identificou-se, a partir da observação e dos relatos da coordenação, a necessidade de realizar atividades que promovam o bem-estar das residentes, e que minimizassem conflitos interpessoais que estavam em evidência no período do estágio. Diante disso, os objetivos desse estágio foram (1) desenvolver intervenções grupais que abordaram algumas virtudes e forças do caráter, e (2) disponibilizar uma escuta terapêutica como forma também de auxiliar no processo de envelhecimento saudável das idosas de uma ILPI. Foram realizadas visitas semanais que se intercalaram entre escutas terapêuticas individuais, e atividades grupais psicoeducativas, apresentando e estimulando as virtudes (1) transcendência e (2) humanidade e amor, a partir das seguintes forças: amor, bondade, inteligência social e gratidão. Conclui-se que o estabelecimento das relações entre as idosas e as estagiárias foi satisfatório e contribuiu significativamente para a eficácia da escuta terapêutica, e no que diz respeito às atividades, acredita-se que o impacto das intervenções a curto prazo tenha sido positivo, a partir da observação do engajamento das idosas nas atividades e do relato da coordenadora acerca do nível de satisfação das residentes posteriormente, assim como a redução do estresse que gerava os conflitos. Não foi possível aplicar medidas de avaliação de bem-estar mais estruturadas devido as limitações cognitivas que as idosas apresentavam. Ressalta-se que a curta duração do estágio na instituição foi considerada uma limitação, visto que impossibilitou um estabelecimento mais eficiente das atividades propostas, além de não possibilitar a observação dos efeitos das intervenções no bem-estar das idosas a longo prazo.

 

Palavras-chave: Força de Caráter. Idosos. Psicologia Positiva. Instituição de Longa Permanência para Idosos.


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